quinta-feira, 30 de abril de 2009

Solidão...

Não está fácil...
Ai não está mesmo. Pior de tudo, nem sei definir.
Neste momento parece que tenho o mundo a ruir à minha volta. Não está a ser nada fácil e hoje estou tão cansada que só me apetece deitar-me e morrer para o mundo.
Parece que toda a gente se esqueceu de mim hoje. Logo hoje que eu precisava de um "olá" que fosse...
Talvez nem isso eu mereça.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Está Dificil...

Não há bela sem senão.
Os vómitos voltaram em força, o que me impede de comer. Estou a emagrecer quase a olhos vistos. A sorte é que já sei como contornar isto, visto roupas que costumava usar antes (mais apertadas) e tal facto passa despercebido.
Mas começo a sentir-me um bocado fraca. Ando tonta, tenho dores de cabeça, e estes pulmões não me dão descanso. À bocado parei no meio da rua e tive mesmo de me sentar, não conseguia respirar por causa da tosse. Falta-me energia.
Por outro lado, ontem ninguém me parava: estava eléctrica, hiperactiva... Foi uma sensação agradável, mas gerir o stress e a ansiedade foi o cabo dos trabalhos. Mesmo assim, lá vou conseguindo. Umas vezes melhor do que outras, mas lá vou dando um passo de cada vez. Hoje até estou numa cabine daquelas da biblioteca que eu jurei a pés juntos que nunca entraria porque parecem celas.
Hoje não havia lugares disponíveis... Nem fichas... Nem extensões... Tive de vir para aqui e não é mau de todo. À bocado custou-me um pouco saber que estou aqui fechada.
E também me custa na formação quando estamos os 16 naquela sala. Fico sempre ao pé da porta. Tomara eu conseguir contornar os pensamentos auto-destrutivos como começo a controlar isto. Mas esses sim, vão dar-me muito trabalho e muitas horas de reflexão, de treino e de injecções de auto-estima. Isso é que eu não sei se conseguirei.
Mas vamos por partes. E vencer tudo aos poucos, ainda que às vezes pareça uma missão impossível.
Ainda que às vezes me apeteça desistir vou lembrar-me do meu pequeno herói e da Drª a dizerem-me: "Um dia de cada vez..."

terça-feira, 28 de abril de 2009

:-)

Uma refeição sem vómitos!!!! ;-)

Quer dizer, metade de uma refeição. Mas aos poucos é que se sobe a montanha. E agora, mais uma tarde na biblioteca e logo a visualização da apresentação e as críticas!

Medo, muito medo...
Com a mesma facilidade com que me afeiçoo às pessoas também me apercebo que deixei de ser especial para elas. Isto é, se alguma vez o fui. Muitas vezes custa-me perceber várias coisas.

E não é apenas nesta fase. Aliás, isto não é apenas uma fase. Já venho sendo assim há muito tempo. Tanto que nem eu sei contabilizar.


Voltando ao que interessa, por várias vezes eu disse a várias pessoas que não sentia "um fim". Sinto-o hoje.
Sinto um fim porque me apercebi de que a pessoa por quem me apaixonei não existe mais. Não existe a confiança, a cumplicidade, o sorriso desmedido quando o via.

Já não existe preocupação. Já não sinto sequer vontade da parte dele em estar comigo. E falo tudo isto na óptica da Amizade. Porque quanto ao resto, uma coisa é eu admitir que até estou apaixonada. Outra muito diferente é eu querer estar com ele. E se a primeira é difícil, esta segunda é quase uma missão impossível.


Já não existe brincadeira, já passamos bem sem falar um com o outro vários dias. Já não existe a saudade. Já não existe nada do que me encantava. Desfez-se o feitiço. Ainda bem. Já nada resta: nem aperto no coração, nem sorriso que me faça ficar sem ar, nem a alegria contagiante, nem contagem de minutos para o ver, nem a impaciência para ver se recebi mensagens...


E pronto. Depois de tanto que senti, é este o fim.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Outra Vez...

Eu muito sinceramente acho que nunca mais vou ficar bem.
Mais uma crise, mais um desânimo. Mais uma vez senti o peso do mundo na minha cabeça.
E já que me lembro, há três semanas que estou doente. Mas hoje piorei um bocadinho.
É caso para dizer que começo a ficar cansada de tanta coisa...

Nunca pensei que fosse tão difícil. Algum dia conseguirei ficar bem?

Sem condições para escrever uma tese!

Hoje é um daqueles dias em que não me apetece ver nem falar com ninguém. Queria poder ficar fechada no meu casulo sem que ninguém me visse.
Não sei até que ponto foi boa ideia começar o Curso de Formação mas era uma aposta que teria de fazer. E o problema nem está em ter de ir para o curso.
O problema é que não me apetece mesmo sair de casa. Nem ver ninguém. No sábado estive prestes a desistir de fazer a tese. E hoje estou na mesma onda. Há dias em que é muito difícil conseguir fazer alguma coisa e parece que nunca vais conseguir redigir uma tese, já me disseram isto.
Nunca pus em causa o facto de conseguir escrever. Normalmente, eu e as palavras temos uma relação de cumplicidade. E neste momento, não se verifica isso. Se tenho vindo a colocar em questão muitas das coisas que achei que conseguia fazer, esta da escrita está a deixar-me pior.
A verdade é essa, eu não me sinto capaz. O pior, é que se me pedirem para falar sobre o meu trabalho, eu consigo. Mas redigir a tese deixa-me apreensiva. Não consigo redigir nada de jeito. E eu não queria que isto fosse assim... Não julguei que fosse tão difícil.
E talvez nem seja. Talvez seja mesmo eu que não consigo. Não sei como vou descalçar esta bota, sinceramente. E isto dá-me cabo do meu sistema nervoso!
Pode ser que, um dia destes, se acenda uma luzinha ao fundo do túnel. Ou surja uma inspiração divina... Tento "botar fé" como me dizem. Mas está muito muito complicado.

Paixão

Se sinto um formigueiro no estômago quando o vejo, é paixão.
Se sinto o meu coração estremecer de cada vez que sei que o vou ver, é paixão.
Se sinto que um sinal dele me deixa um sorriso imenso, é paixão.
Se conto os dias e minutos que faltam para estar com ele, é paixão.
Se sinto um desapontamento quando vejo que não posso estar com ele, é paixão.
Se sinto que fico muito esquisita quando ele está por perto, é paixão.
Se sinto vontade de o abraçar a cada minuto que estou ao pé dele, é paixão.
Se sinto vontade de sorrir desmedidamente, é paixão.
Se sinto vontade de me perder nos olhos dele, é paixão.
Se fico acordada a pensar nele, é paixão.
Se sinto uma alegria imensa quando ele está por perto, é paixão.
Se passo os dias a pensar nele, é paixão.
Se sinto uma necessidade imensa de o voltar a ver, é paixão.


Se sinto um vazio ao escrever tudo isto, é porque sei que não vale a pena... Mas é oficial, estou apaixonada.
E a paixão é o aqui e agora. É o momento. Entra aos atropelos e derruba todas as convicções que juramos a pés juntos.
É paixão...

domingo, 26 de abril de 2009

Chamam-lhe Ansiedade...

Ontem ponderei não sair. Mais um daqueles dias em que não se escreve uma linha para a tese e que me senti incapaz de redigir o que quer que fosse.
Foi com um nó no estômago que fui tomar banho e tentar pensar que ia estar com pessoas de quem gosto e que me faria bem sair.
Eu sabia que ia estar rodeada de muitas pessoas que não conhecia. E na hora de conduzir senti aquilo que tenho tanto medo. Estava mesmo muito estranha, mas reconheci desde logo esses sinais da ansiedade que ultimamente tem tomado conta de mim.
Mesmo quando estava na festa de aniversário, o meu coração batia muito forte e eu fartei-me de procurar portas e janelas e tentei fugir dos olhares de todos. Não me sentia pouco à vontade ali, de modo algum. Todas as pessoas foram impecáveis e muito simpáticas comigo.
Tentei distrair-me e tudo passou. Nem sempre acontece com esta facilidade.
Quando decidimos ir a um bar e senti os olhos todos postos em nós, o tecto ali tão perto das nossas cabeças e, como se não bastasse, parecia ruir a qualquer instante. Aqui tive mesmo de sair dali quase a correr. Disseram-me que fiquei muito pálida. Mas eu só me lembro de começar a tremer, as mãos a suar e o ritmo cardíaco aumentar em flecha. Senti um nó na garganta que me fazia engolir saliva constantemente. Não me perguntem as cores do bar, não me lembro. Não registei na minha memória mais do que "é esquisito!"
Já na rua, a minha amiga falou comigo e disse que também estava a sentir algo parecido e que o espaço era propício a isso. Não sei se fico contente porque tinha fundamento para ficar assim ou se, por outro lado, fico triste por ela estar a desenvolver qualquer fobia como eu.
Seja como for, passou. E quando entrei na discoteca, admito que ainda olhei para o tecto e andar de piso em piso me fazia muita confusão. Não pelas pessoas, não pelo espaço mas também não sei identificar a razão.
O certo é que, à parte da minha amiga à saída do bar, mais ninguém notou que eu me testei a mim própria. E até me diverti bastante. Dancei até às quinhentas.
Mas a noite não acabou muito bem. Acho que, mesmo sem intenção, acabei por magoar alguém. Não me culpo, acho que a decisão foi a mais correcta mas confesso que são coisas com as quais não sei lidar... Coisas que é mais o tempo quem vai ajudar do que propriamente eu.
Da noite de ontem fica a certeza de que pelo menos a primeira batalha está ganha. A Drª vai ficar contente comigo, acho eu. Apesar de ter saído do bar, consegui enfrentar os outros dois espaços sem ninguém perceber o que realmente se passava. Resta saber se faço bem ocultar a todos os meus amigos estas coisas... Mas não os quero preocupar. E, por isso, continuo a sorrir, a dançar e a tentar ser a pessoa que eles sempre conheceram.
E talvez não seja importante eles saberem. Espero que, um dia, tudo isto passe...

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Um Dia de Cada Vez

Mais uma consulta. Hoje não foi tão estranho. Continuamos a recolha de informação e falei de coisas que já nem me lembrava. E outras que eu nem sabia que me magoavam.
Na próxima consulta vamos começar a pensar num "programa". Gelei, mas sabia que era inevitável. Afinal de contas, é para isso que pedi ajuda.
Não vai ser fácil, mas quero muito conseguir enfrentar. E quero muito conseguir.
Hoje a Drª disse que eu não tive uma vida fácil. Eu tive de a contrariar porque, afinal de contas, eu atingi todos os meus objectivos. É certo que nunca estabeleci metas muito elevadas. Algumas mais ambiciosas, sim. Mas nunca desejei nada que eu soubesse que seria completamente impossível para mim.
E se tive de trabalhar para conseguir algumas coisas que, de outro modo não conseguiria, isso não é necessariamente mau. Cresci, tomei consciência da realidade, da responsabilidade, conheci algumas pessoas que ficarão para a vida inteira. Muitas vezes emagreci, o que é bom. Mas em todas essas oportunidades de trabalho, procurei algo positivo.
Confesso que, às vezes, era muito complicado conciliar tudo. E foram muitas as vezes que pensei: "Quem me dera poder sair com os meus amigos em vez de ter de trabalhar!" Mas nem sempre podia. E isso também me fez crescer e aceitar que, muitas vezes, as coisas não são como queremos.
Mas ela não se referia a isto quando mencionou a vida difícil. Ela referia-se ao entrar no mundo adulto muito cedo. Muitas pessoas da minha idade não se preocupavam com coisas que a mim já me "tiravam o sono". E aqui, ela teve razão.
Mas hoje, eu quero voltar a acreditar que tudo acaba por dar certo. E que a solução é viver um dia de cada vez sem ter medo de arriscar, como ela referiu. E, como eu lhe respondi: "Viver um dia de cada vez e já dá muito trabalho!"

Quero Liberdade...

A apresentação correu muito bem. Houve "debate" e tudo depois. Gostei muito do ambiente da formação. E vi hoje um ramo de rosas tão lindo! Aliás, vi-o nascer mesmo à minha frente. Pah, mas tão lindo mesmo. Fiquei mesmo de olhos caidinhos por aquele ramo. E eu que até nem gostava assim tanto de flores...
Mas também ultimamente já nem sei bem daquilo que gosto ou que não gosto. Do que quero ou não quero.
Estou cansada. Hoje do corpo, mas sei que me vou deitar na cama e o sono não vem. Amanhã é dia de mais uma consulta. Voltou aquele medo de: "e se eu não conseguir falar?" E será que vou sentir-me melhor? Será que alguma vez vai deixar de ser estranho? "
As interrogações são tantas. E eu preciso de sentir os meus amigos perto, pertinho. Hoje tive a sorte de estar com duas grandes amigas. Mas passear pelas ruas que antes me deixavam tão contente, agora deixa-me assim. Indiferente a tudo. Nada me interessa. Pesa a cabeça. O Sol conforta, mas não ajuda muito mais.
E em mim cresce cada vez mais o sentimento de inutilidade. De estar a mais na vida dos meus amigos. Dos meus pais. Da minha família. E eu gosto tanto de todos eles...
Quero libertar-me disto e sorrir por tudo e por nada.
Alguém me pode ajudar, por favor?

quinta-feira, 23 de abril de 2009

SOCORRROOOOOOO!!!!!!

Eu juro que não me compreendo!
Juro!
Então vou iniciar uma nova etapa. E soube há vinte minutos de que tenho de fazer uma apresentação de dez minutos sobre um tema qualquer que nem conta sequer para avaliação.
Mas até isto me está a deixar nervosa. Eu que já fiz mil apresentações de mais de dez minutos!
Eu juro que não me conheço. E o medo de vomitar é tão grande. A sala já vi que é pequena. E tenho medo de não conseguir um discurso coerente porque os meus pensamentos não vão estar concentrados no que digo, mas nesta voz dentro de mim que só me leva a pensar o mal.
Seja como for, eu já não posso voltar atrás!
Desejem-me sorte, vou precisar dela. Entre as 19h e as 23h vou mesmo precisar.
Help Me!!!

Mantém-te Firme... Dizem eles




Esta música diz muito do que eu sinto. Lamento é não conseguir prometer, tal como a Mariza canta.
Um dia...

"Não me resta nada
Sinto não ter forças para lutar
É como morrer de sede no meio do mar e afogar
Sinto-me isolado
Com tanta gente á minha volta
Vocês não ouvem o grito da minha revolta

Choro a rir
Isto é mais forte do que pensei
Por dentro sou um mendigo que aparenta ser um rei
Não sei do que fujo
A esperança pouco me resta
Triste ser tão novo e já achar que a vida não presta

As pernas tremem
O tempo passa
Sinto o cansaço
O vento sopra
Ao espelho vejo o fracasso
O dia amanhece
Algo me diz para ter cuidado
Vagueio sem destino
Nem sei se estou acordado

Sorriso escasseia
Hoje a tristeza é rainha
Não sei se a alma existe
Mas sei que alguém feriu a minha
Às vezes penso se algum dia serei feliz
Enquanto oiço uma voz dentro de mim que me diz

Chorei
Mas não sei se alguém me ouviu
E não sei se quem me viu
Sabe a dor que em mim carrego
E a angústia que se esconde
Vou ser forte e vou-me erguer
Ter coragem de querer
Não ceder nem desistir
Eu prometo
Busquei
Nas palavras o conforto
Dancei no silêncio morto
E o escuro revelou
Que em mim a luz se esconde
Vou ser forte e vou-me erguer
E ter coragem de querer
Não ceder nem desistir
Eu prometo

Não há dia que não pergunto a Deus
Porque nasci?
Eu não pedi
Alguém me diga o que faço aqui
Se dependesse de mim teria ficado aonde estava
Aonde não pensava, não existia, não chorava

Prisioneiro de mim próprio
O meu pior inimigo
Às vezes penso que passo tempo demais comigo
Olho para os lados,
Não vejo ninguém para me ajudar
Um ombro para me apoiar
Um sorriso para me animar

Quem sou eu?
Para onde vou?
De onde vim?
Alguém me diga,
Porque me sinto assim?
Sinto que a culpa é minha mas não sei bem porquê
Sinto lágrimas nos olhos mas ninguém as vê!

Estou farto de mim,
Farto daquilo que sou,
Farto daquilo que penso
Mostrem-me a saída deste abismo imenso
Pergunto-me se algum dia serei feliz
Enquanto oiço uma voz dentro de mim que me diz..."

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Aprendi...

Aprendi que, por muito que me isole, há quem me pegue na mão e me leve para a vida.
Aprendi que, por muito que eu pense que o meu sorriso é artificial nesta fase, ele faz feliz alguém.
Aprendi que, por muito que eu teime em insistir que a vida é difícil, eu ainda a tenho e até gosto muito dela.
Aprendi que, por muito que já tenha errado, a solução é olhar para a frente. E não cometer os mesmo erros com outras pessoas.
Hoje está a ser um dia de enfrentar o mundo com uma dor de garganta daquelas... Hoje querem que eu saia, mas a vontade é pouca. Aliás, nenhuma mesmo.
Mas eu preciso de estar com quem me faz bem. Rodeada dos sorrisos que tanto adoro. A prova é difícil de superar. E talvez nem vá sair.
Mas eu aprendi que, se eu me fecho em casa, o mundo desaba mesmo.

Egoísmo Puro

Hoje o dia foi muito melhor que os anteriores. Estive com pessoas que já não via há muito tempo. Fez-me muito bem. Recebi muitos elogios e observações muito boas. Fui questionada acerca de coisas que nunca reparei.
Quando 50 pessoas mantêm a mesma imagem de mim durante quatro anos, será muito difícil ser eu que estou errada quanto ao que valho e ao que sou.
Mas confesso que sair de casa ainda custa. Talvez por ter os pulmões ainda bastante afectados, mas principalmente porque os pensamentos não param.

À bocado falei com a Marta. Uma das pessoas de quem me fui afastando sem razão aparente. Mas ela faz-me muita falta. Continua a ser a minha priminha das borgas, das discussões do: “Ó Joana, não chores por causa disso!" Ela era a pessoa mais forte que eu conhecia e ela era um exemplo para mim. O tempo passou e as duas mudámos. Não tínhamos mais dezanove aninhos nem uma mão cheia de sonhos. Ela foi a primeira a mudar, a entrar na vida adulta e a crescer. Mudou e eu não consegui aguentar essa mudança.
Mas nas raras vezes que estou com ela vejo no fundo dos olhos dela a pessoa que era. A alegria de viver, a coragem de lutar e, às vezes, o carinho que nutrimos uma pela outra. Ela faz-me tanta falta…
Quanto ao Ricardo, também o comentário anterior da Ninfa Aquática me fez pensar até que ponto o meu sofrimento quanto à falta que sinto dele, não entrou na minha vida devido às minhas próprias decisões. É inquestionável que fui eu que o afastei, que ele sempre foi impecável comigo e que o meu medo de sofrer ou de me apaixonar por ele fez com que o afastasse de mim. O que eu nunca questionei é se essa minha decisão estúpida ia fazer diferença para ele. Sempre achei que não, que não tenho importância para ele. Mas a verdade, é que posso não ter, mas ele continua a torcer por mim. Ele fez questão de o provar (ou pelo menos, eu entendi assim). Até posso não saber nada dele há dias. Ele até pode já não se lembrar de mim.
Mas só hoje parei para pensar: será que a minha decisão lhe trouxe qualquer tipo de mágoa ou sofrimento? Quero acreditar que não. E ao mesmo tempo que sim. Prefiro que ele não sinta a minha falta porque, pelo menos assim não fica triste. E eu quero continuar a acreditar que ele continua a sorrir verdadeiramente. Que continua com as boas energias que ele tem. Que da mesma forma inesperada que entrei na vida dele também saí sem deixar qualquer marca.
Por outro lado, confesso que gostava de ter feito diferença nele. Porque ele fê-la em mim. E hoje, depois de uma grande ajuda que me deram ao obrigar-me a pensar no pior que me podia acontecer se me apaixonasse por ele, eu fui obrigada a reconhecer que o pior seria que ele deixasse de me falar. E isso é o que está a acontecer agora.
Mais uma vez, o medo de sofrer levou-me a afastar alguém de mim e, ironicamente, antecipou esse sofrimento. Na mesma intensidade que teria depois, no caso de eu me apaixonar e no caso de ele decidir deixar de me falar. A diferença é que agora é real mas o sofrimento futuro não era garantido.
Ricardo, desculpa se te magoei, foi sem intenção. Apenas agi pensando que não te fazia a mínima diferença a minha decisão.

Ainda me dizem que eu preciso pensar mais em mim do que nos outros. E isto que eu lhe fiz, não foi um acto de egoísmo puro ?

terça-feira, 21 de abril de 2009

Bastava um dia...

Bastava um dia... Apenas um dia em que o pessimismo e o medo me dessem tréguas.

E os vómitos parassem.

Apenas um dia que fosse e eu já me sentia feliz. Apenas um dia, é tudo o que eu peço.
Se já me custa tanto agora, nem quero pensar quando as verdadeiras dificuldades começarem.
Não me sinto capaz. Tenho muito medo do que aí vem... Quando entro em alguma coisa, estou habituada a ter a faca e o queijo na mão. Neste caso, continuo a ter mas sozinha não consigo ver o caminho. Tenho medo. E o sono não chega. Espera-me umas horas de desespero. Já não sei se custa mais o nascer do dia ou esta fase em que a noite não é boa conselheira.
Sinto-me fraca, muito fraca. Sem forças.
Preciso de um abraço apenas, haverá algum perdido por aí?

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Surpresas

No Sábado à noite estive com alguns dos meus amigos de sempre. Daqueles para quem não falamos todos os dias mas que consideramos amigos porque eles estão connosco quando sabem que precisamos.
Fui ver o torneio de futebol e, normalmente, saio sem voz de lá. Desta vez, estive muito calma. Não gritei, não me exaltei. Festejei três golos, apenas.
Fiquei a observar mais as pessoas do que propriamente os jogos. Fiquei a ver os meus amigos e o facto de sentir que estou a mais. Não lhes disse. Mas de facto, foi isso que eu senti.
A distância entre mim e eles parece crescer ainda mais com o tempo. Mas depois, há uma noite como a de Sábado em que percebo que nada mudou. Eles continuam ali, onde sempre estiveram. E eu continuo por aqui perdida em meus pensamentos que me afastam de tudo e de todos. Como diz a Drª, tenho de perder esta mania de querer controlar tudo. De afastar de mim as pessoas, apenas porque um ou outro dia deram sinais de que poderiam magoar-me.
Eu sabia que esta era uma reacção ao medo da dor, do sofrimento. Mas não tinha noção de que era uma tentativa de querer controlar tudo.
E como ela diz: "Às vezes, é bom ser surpreendido." E eu não podia estar mais de acordo. No Sábado foram muitas as surpresas. Pena a noite ter acabado como todos os sábados... Um dia mudo isto.

Há dias que são marcados por um turbilhão de emoções. De sentimentos. De acontecimentos.

Não me enganei quanto ao stress que ia ser este fim-de-semana...
E hoje, o cansaço é tanto que vou dormir e esquecer-me do mundo. Hoje não me apetece o comprimido; já estou suficientemente cansada para dormir a noite toda. Ou pelo menos enquanto a tosse deixar. Dói muito o peito, no sentido mais físico da palavra. Dói porque esta tosse não passa. E estes gatinhos e esta expectoração e este sufoco todo não passam.
A questão é: passarão algum dia?

sábado, 18 de abril de 2009

Sexta-Feira era dia Alegre

É sexta-feira. Supostamente devia estar de sorriso na cara. Mas não consigo fingir. Sou muito transparente, como me dizem...
Hoje não consegui mesmo levantar-me da cama. A muito custo lá me arrastei para a banheira onde fiquei bastante tempo a tentar arranjar força para voltar ao computador e trabalhar.
Mas sempre que o cursor pisca insistentemente a pedir palavras, só me apetece chorar. Não me sinto capaz. Eu já não sei escrever.
Aqui lá continuo a escolher umas palavras em detrimento de outras porque me faz falta, muita falta escrever para tornar o fardo mais leve. Faz-me muita falta escrever e ser sincera com tudo o que sinto. Não terminar um texto a dizer que tudo vai passar se não for isso que eu sinto mesmo.
Preciso de me libertar deste medo obsessivo de tudo. Ainda há bocado senti que as pessoas são tão cínicas comigo. E eu não consigo fazer o mesmo jogo que elas. Podia ser cínica também, mas rio apenas porque, no fundo, acabo por ter pena. Estas coisas não deixam de me magoar.
Lá tive de regressar a casa. O meu pesadelo. Ninguém me falou nem perguntou nada acerca de mim. Ninguém me deu um abraço. E eu até precisava...
E o dia aproxima-se. Domingo é o dia que eu mais receio dos últimos tempos. Apesar da desilusão, o meu pai é das pessoas mais importantes para mim. E não quero que nada de mal lhe aconteça. Vamos ver o que acontece.
Amanhã é Sábado (aliás, hoje já é) Seria motivo para eu estar contente e tentar estar com todos aqueles que me fazem sorrir. Mas não consigo. Eu juro que não sei onde tudo isto vai parar.
Ajudem-me, que eu acho que já não consigo...

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Está tão difícil aguentar

Ontem discuti com a minha mãe. Pensei eu que ela ficaria "feliz" por eu ter conseguido dar esse passo sozinha. Mas, como sempre, nada do que eu fizer está bem.
Foi preciso uma força quase sobrenatural para que eu conseguisse marcar a consulta. E já lá vão uns tempos que eu estava para fazer isto.
Eu não preciso que me digam coisas que me magoem. Que me dilacerem. Acho que já estou bem mal. Diz ela que eu devia ter procurado melhor, mesmo tendo eu dito que até simpatizei com a psicóloga e me senti quase à vontade. Foi estranho, muito estranho. E custa tanto. Não por ela, mas por mim. Senti que não podia chorar mas chorei. Senti que tinha de dizer tudo o que não conseguia.
E depois de tanto sufoco, a minha própria mãe desanima-me?
Por favor, eu só quero ficar bem!
Apesar de ontem ter sorrido um bocadinho, hoje o meu pensamento ao acordar foi: "Por favor, não abram as janelas!" Não quero ver a luz do dia. Não quero!
Quero pôr a cabeça debaixo da almofada e morrer aos poucos. Não quero passarinhos a cantar. Não quero a chuva. Quero esquecer que estou viva e tenho de enfrentar mais um dia.
Eu não tenho razões para viver. Sinto que sou um estorvo na vida de toda a gente.
Ainda assim peguei na mochila e estive a trabalhar. As escadas pareciam intermináveis. Comecei a tossir tanto que pensei que ia morrer ali. Tenho os pulmões cheios de tanta porcaria. Tenho medo, muito medo. Apetecia-me tanto chorar. Mas tanto! E os vómitos... E o peso nos meus olhos...
Não consigo comer direito. Agora à noite ainda comi. Mas o mau estar é imenso. As dores de estômago... Os vómitos... Ai como eu queria estalar os dedos e ficar bem...
Eu não sei até quando vou sobreviver. Eu já nem penso em viver. Penso em sobreviver. Está muito difícil enfrentar os dias. Sempre que acordo só penso: "Mais um dia de tortura!" E às vezes apetece tanto tomar um comprimido e passar o resto do dia a dormir. Mas tento não fazer. Sei que não resolve.
A noite agora caiu. E o sorriso do dia aconteceu graças às palavras de alguém que está comigo há quatro anos. Obrigada, arrancaste-me um sorriso. E essas palavras não sei caracterizar. Obrigada de coração.
Já não me apetece falar nem ver as pessoas.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Início das Consultas

Hoje iniciei consultas de psicologia. Quando comecei a tratar mal toda a gente senti que devia procurar ajuda. Sozinha já não consigo. E preocupo demais quem gosta de mim.
Sinto-me abandonada. Triste. Desprezível. Sinto-me num buraco escuro. Perdida.
E sei que a culpa é minha, de certa forma.
Custa tanto falar. custa tanto dar passos em frente. Custa muito. E sinceramente não sei se sou capaz.
Isto está a ser tudo muito estranho...

O início...

Depois de tantos momentos em que me disse e mim própria que iria superar sozinha.
Depois de ter afastado quase todos os meus amigos com um pessimismo exacerbado e reacções que não se justificam. Resolvi procurar ajuda.
Fui injusta. Estou mal. Depois de três anos considerei a hipótese de suicídio.
Não o faço, não sou suficientemente capaz. Até disso tenho medo.
Hoje não tenho objectivos. Os amigos que tenho são poucos, muito poucos. E tenho medo de os perder.
Tive tudo o que precisava para ser feliz, mas estraguei sempre tudo. Não tenho quase nada na vida.
Mas como me dizem, a vida é uma luta. Vou começar uma terapia e lutar. Não sei até quando. Não sei se consigo. Não sei se um dia voltarei a ser feliz. Preciso acreditar que sim...