sábado, 30 de maio de 2009

Momentos

Hoje já não fiquei tão nervosa como nas consultas anteriores. Quanto mais o tempo passa, já não parece tão estranho. Aliás, acho que posso mesmo dizer que já não é estranho.
A Drª hoje ensinou-me alguns truques para "enganar" o cérebro, ou seja, para despistar a ansiedade. Não os posso esquecer e quando ela aparecer vou usá-los. Sei que só por si não resolvem nada, que tenho de trabalhar muito os pensamentos. Mas acho que este foi mais um passo. E os outros vêm a seguir.
À pergunta que eu mais temia, e para a qual não encontrei respostas, a Drª explicou-me que as razões para viver não se prendem unicamente com objectivos gerais. Muito pelo contrário, são pequenas coisas que nos dão muito prazer. Que nos fazem sentir bem. São momentos, são pequenos passos que podemos dar agora rumo a um objectivo maior. Ou são apenas coisas simples que nos proporcionam bem-estar. Como o sorriso dos meus sobrinhos. As minhas caminhadas com o MP4. Os meus momentos de dança na discoteca ou no ginásio. As gargalhadas com as minhas amigas e colegas de casa. O simples gesto de ficar a contemplar as estrelas. As apresentações orais (chamem-me maluca se quiserem, mas eu gosto...). São alguns dos ingredientes da minha felicidade. Que tal como a de todos nós, é feita de pequenas coisas. De momentos.
São como peças de um puzzle que diariamente tentamos construir. Algumas vezes enganamo-nos na peça ou simplesmente na sua posição. Mas vamos sempre tentando construi-lo da melhor forma possível. Só assim, estaremos a construir a nossa felicidade.
Porque ela não se alcança; ela é constituída por momentos. E no final da nossa vida, verificaremos que fomos tão mais felizes quantos mais momentos desses vivermos.

Quinta-feira, 28 Maio 2009

Apetece-me escrever um blog só para falar de tanto do que não consigo dizer-te.
Não me falas. Sei que até discutimos por minha culpa e por coisinhas de nada. Sei que já te magoei duas vezes ao tentar afastar-te radicalmente da minha vida. Custa-me o facto de nunca te ter dito que fui injusta e que te peço desculpa.
Sei que para ti não deve ser fácil. Sei que nem sempre tenho as melhores reacções e sei que muitas vezes dramatizo. Mas também sei que fiz coisas boas. Acho que fiz tanto de bom como de mau. E que o que se sobrepôs foi mesmo a parte má. Sei que é sempre a mágoa que fala mais alto, mas hoje eu consigo perceber que eu também te disse coisas boas que tu nunca me dirás.
Por isso, sigo com um aperto no peito porque sinto a tua falta. Mas tenho de continuar porque a verdade é que não me falas e eu não posso prender-me a isto. Não posso mais passar a vida a pensar que sou sempre eu que estrago tudo.
Um dia vai tudo volta a ser como quando nos conhecemos. Quando me bastava olhar para ti e, da minha boca, surgia o sorriso mais expressivo do mundo.

Deveria ter escrito na quarta-feira à noite...

Foi a prova mais dura por que passei. Pensei desistir mas a minha afilhada não me deixou. Obrigada Ju.
Lembro-me de lhe dizer: "Eu já não estou bem comigo própria. Isto custa muito. Ainda tenho de ouvir mais mentiras a meu respeito?! Por que não me deixam em paz? Será que não percebem que não precisam de fazer nada para eu ficar mal porque eu já estou? Não percebem?"
Foi um dia muito mau. Chorei até ao ponto de soluçar. Estava tão cansada de ter dormido tão pouco mas nem assim consegui dormir. Pedi ajuda para resolver uns problemas informáticos e parecia que o mundo me tinha voltado as costas. Ninguém em casa nem no msn para me ajudar. Os telemóveis estavam desligados ou as mensagens ficavam pendentes.
Percebi que nada mais havia a fazer. Lá peguei num casaco e sentei-me na varanda a ouvir música e a olhar para o céu. Estava uma noite bastante agradável. Podia ter saído mas não consegui. deixei-me ficar ali a olhar o céu e a sentir a brisa suave.
Chorei enquanto me apeteceu, solucei até ficar sem forças. Aí levantei-me e fui para a cama. Não dormi mas também já não estava tão revoltada.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

"Tens de Ser Forte!"

Eu sei que não devia deixar que esta coisa me afectasse tanto. Eu sei.
E desta vez não posso fugir da situação, não posso arranjar nenhuma desculpa nem posso sequer fingir que ela não existe.
Tem de ser. Tenho de enfrentar. Vai custar tanto... Sei que vai. Mas também sei que estas serão as 4h mais longas do meu dia. E vou ter de ver a pessoa que foi mais do que injusta comigo.
É caso para dizer: "Tens de ser forte."
Vou ser.
Desejem-me sorte e estejam a torcer por mim...

1 gr de Fé

Hoje não consegui dormir nada de jeito. Deitei-me pelas 3h e fiquei a ouvir música até perto das cinco. Vi passar as seis, as sete, oito é pelas 10h não dormi mais.
Acordei com energia, ao contrário do que seria esperado...
Há em mim um qualquer vazio que não consigo preencher mas consigo viver com ele.
Hoje vou passear pelo centro da cidade, almoçar numa esplanada e não quero deprimir.
Vou carregar baterias porque há quem precise mais do meu sorriso do que eu própria!
Ainda acredito que vais ficar bem. Sei que não é possível mas posso ter fé? Só um bocadinho de fé...

À E.

Dormi quinze horas esta noite. Deixei-me dormir e acordar sem despertador, sem horas, sem pressas.
Acordei preguiçosa como sempre. Permaneci na cama até muito tarde. Quando achei que já estava cansada da cama fui para o banho. Que bem que o dia começou às três da tarde!
Não quis fazer nada hoje. Com a minha auto-confiança não ia sair uma palavra sequer, por isso, hoje acordei tão bem disposta que nem quis saber de mais nada.
Senti-me bem sem nenhum motivo. Lá tive os meus pensamentos auto-destrutivos mas não lhes liguei. Não quis ser infeliz hoje. Verdade que também não fiz nada para ser feliz, mas vamos por partes, ultrapassando um obstáculo de cada vez...
Estive na esplanada toda a tarde a falar e estive com uma amiga que só pode ser um anjo. Por tudo o que faz na minha vida e pela paciência. É das poucas pessoas que percebe que as minhas reacções podem não ser as melhores, mas sabe que eu não ajo assim porque quero e que estou a tentar mudar.
Pudesse eu ajudá-la tanto quanto ela me ajuda a mim...
E., estás a ser um verdadeira luzinha no meu caminho que nem sempre é fácil de suportar. Obrigada!

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Não estou sozinha!

Na sexta-feira, no meio de uma conversa, conheci uma pessoa que tem a mesma fobia que eu.
Sorri e senti para mim própria: "Não estou sozinha". Tentei perguntar-lhe por que se sentia assim, os pensamentos, como controlava isso.
É tudo igualzinho a mim!
Depois caí em mim e vi que estava a ficar feliz com a desgraça de outra pessoa e lá pedi desculpa. Até que ele disse: "Não te preocupes porque ainda bem que também és assim."
Por várias vezes me questionei acerca da estúpida noção que eu fiz de vomitar. E ele estava a explicar direitinho o mesmo que eu pensava, que eu sentia, o que evitava, o que fazia quando se sentia mal. Contou-me que muitas vezes nem bebia álcool porque tinha a impressão que, de cada vez que se bebe, vomita-se. E querem saber que mais? Eu pensava exactamente o mesmo. Mas depois vemos que não é assim. Comecei a beber (frequentemente) álcool com quase 17 anos e vomitei apenas uma vez que por coincidência, foi quando me atiraram à piscina depois de um jantar de aniversário.
E depois ainda me diz ele: "Eu fui a uma consulta de psicologia e saí de lá a dizer que nunca mais! Que não servia para nada. Semanas depois fui para o psiquiatra e tomava vários medicamentos para sobreviver".
Por isso, acho que não devo mesmo desistir... Por muito que às vezes pareça caminhar para o lado ou recuar, sei que o caminho é para a frente. E é nessa linha que me vou manter, custe o que custar!

domingo, 24 de maio de 2009

Eu pedi tanto para não irmos a esse sítio!

Eu pedi porque já sabia que ia acabar nisto...

Merda.
Merda.
Merda.
.
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.
.
.
.
Meeeerdaaaa!

Já vivi este Filme...

Outra vez.
Sem motivo nenhum aparente.
O sentir que as imagens me fugiam. Perder o controlo do que sinto. Perder a sensibilidade de pedir ajuda.
Nem sei por que começou. Nem sei se conseguiria ter força para controlar os sintomas.
Nem tentei. Apenas saí dali para fora. Há coisas que já não tento compreender, já não tento controlar. Mais uma crise de ansiedade que surge do nada, ou do quase-nada.
As dores no tornozelo eram bastantes, não devia ter estado de pé a jogar setas e muito menos andar de saltos. Independentemente disso, não devia ter saído de casa sequer. Mas as saudades das minhas pessoas do fim-de-semana e dos jogos de futebol falaram mais alto.
Pode ser que as dores tenham ajudado e o meu cérebro as tenha confundido com um sinal de perigo. E daí que tivessem surgido o ritmo cardíaco acelerado, a inquietação e todos os sintomas que costumam assaltar-me.
Além destes agora há o das tonturas que me dá a sensação de desmaiar a qualquer momento.
Depois de um historial de "asneiras" relacionadas com a comida, é claro que a primeira coisa que me perguntaram foi: "Tu jantaste bem?" E claro, quase me obrigaram a comer quando alguém se lembrou de me dizer: "Vê lá se almoças..." Esta pequena frase lançou o "pânico" precisamente porque já viram este filme antes! E eu também já o vivi e não tenho saudades. Por isso, menino, já te disse que eu sei cuidar de mim. Aprendi com os meus erros. E continuo a aprender.
Ontem não foi nada disso que aconteceu. Feliz ou infelizmente não sei. São situações diferentes mas com algumas semelhanças; é muito fácil confundi-las.
Eu começo a não acreditar mesmo... E quando eu deixo de acreditar assim não é muito bom sinal... E o "um dia de cada vez", já não ajuda muito...

sábado, 23 de maio de 2009

Quando for grande...

Diz-me ela que está bem.
Mas eu não acredito que ela esteja bem.
Diz ela que importante é aproveitar a vida e sorri.
Mas eu não acredito que ela consiga sentir isso.
Diz ela que não quer ninguém "dêprê" por causa da doença dela.
Mas eu não consigo evitar. Embora não o demonstre à frente dela.
Quando for grande, quero ser como ela. Que aplica à risca tudo aquilo que sempre teorizou. E que me deixa sem palavras vendo tão grande coragem com que enfrenta cada dia.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

"O" Fim...

Com a mesma facilidade com que me afeiçoo às pessoas também me apercebo que deixei de ser especial para elas. Isto é, se alguma vez o fui. Muitas vezes custa-me perceber várias coisas.

E não é apenas nesta fase. Aliás, isto não é apenas uma fase. Já venho sendo assim há muito tempo. Tanto que nem eu sei contabilizar.

Voltando ao que interessa, por várias vezes eu disse a várias pessoas que não sentia "um fim". Sinto-o hoje.
Sinto um fim porque me apercebi de que a pessoa por quem me apaixonei não existe mais. Não existe a confiança, a cumplicidade, o sorriso desmedido quando o via.
Já não existe preocupação. Já não sinto sequer vontade da parte dele em estar comigo. E falo tudo isto na óptica da Amizade. Porque quanto ao resto, uma coisa é eu admitir que até estou apaixonada. Outra muito diferente é eu querer estar com ele. E se a primeira é difícil, esta segunda é quase uma missão impossível.

Já não existe brincadeira, já passamos bem sem falar um com o outro vários dias. Já não existe a saudade. Já não existe nada do que me encantava. Desfez-se o feitiço. Ainda bem. Já nada resta: nem aperto no coração, nem sorriso que me faça ficar sem ar, nem a alegria contagiante, nem contagem de minutos para o ver, nem a impaciência para ver se recebi mensagens...

E pronto. Depois de tanto que senti, é este o fim.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Não a quero perder!

Todos os dias me levanto e deito com o mesmo pensamento: "Mais um dia..." Não é bom nem mau, é apenas mais um dia.
Hoje recebi uma notícia que poderia significar uma luzinha no fundo do túnel a nível profissional.
Tento não dar importância como dei das outras vezes porque não se traduziram em nada.

Passando à frente, tenho de reunir todas as forças que não tenho. Uma amiga minha revelou-me que tem um tumor na cabeça e que está a evoluir. Se vos disser que gelei, minto. Acho que fiquei sem sangue. Senti um nó tão forte na minha garganta que nem consigo descrever. Apenas lhe disse: "Há cura, vamos ter fé"

Ao que ela me respondeu: "Fé, sim. Cura, não. Os médico já disseram para eu ir para a queima, para me divertir porque o tempo que me resta é pouco."

E o que se diz a alguém que amamos e que nos diz isto? Como se digere esta informação onde não há réstia de esperança? Como, alguém me diz como?!
Logo ela que é a pessoa mais alegre, mais humana, com o coração mais puro que conheço. Logo ela que tem vindo a sofrer constantemente com estas doenças que nos roubam aqueles que mais amamos.

Escrevo aqui, ela desconhece este espaço e não faz ideia do que aqui descrevo. Também não vai saber até ao final dos seus dias. Tenho de ser forte mais do que nunca. Mas não sei como.

O meu coração bate tão descontrolado e a minha revolta fala tão alto. Tento acreditar, ou pelo menos aceitar, que a vida é assim mas não está fácil.

Alguém me pode explicar como ajudo uma pessoa que sabe que a qualquer momento deixará de estar entre nós? Alguém me pode explicar de que forma vou conseguir abraçá-la sem que ela perceba do medo de não voltar a vê-la com vida?

Não a quero perder... Quero acreditar que não a vou perder. Preciso de acreditar que não vou mesmo perdê-la.

Será pedir muito à vida uns momentos de tréguas? que se esqueça também de me trazer coisas más já que, há meses, que se esqueceu de me trazer coisas boas? Será?

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Ânimo precisa-se!

Na sexta tive outra consulta.
Estava rouca e custou muito falar. (No sentido mais físico). Até porque desta vez, eu nem sequer chorei.
Foi a primeira consulta que não me emocionou falar de nada. E a primeira em que a Drª me fez pensar em razões para viver e eu não mencionei nenhuma. Não encontrei. E isso é verdadeiramente triste na minha vida. Caramba, tenho 23 anos! Tenho uma vida pela frente. Não tenho filhos, não tenho marido, não tenho nada que me prenda fisicamente à minha cidade. Posso, a qualquer momento, virar a minha vida de pernas para o ar! E partir para mais uma aventura...
Mas não é assim que eu me sinto. Não tenho o espírito de aventura que sempre tive. Mais do que razões válidas, falta-me ânimo para lutar pelo que sempre acreditei.

domingo, 17 de maio de 2009

A actualização esperada...

Aconteceu tanta coisa desde a última vez que aqui escrevi.
Começo por dizer que a terceira consulta correu muito bem. Eu acabei por falar de coisas que eu pensei que nunca conseguiria.
Quando comecei as consultas julguei que o pior para eu falar seria a morte da minha avó, a pressão dos meus pais, o medo de tudo e mais alguma coisa.
Enganei-me. E gelei quando a Drª me perguntou: "E namorados, há?"
Em todos os outros assuntos eu já tinha um discurso, já tinha argumentos, já tinha pensado nos assuntos. No campo amoroso, que eu sempre rejeito na minha vida, não tinha respostas. A única que dei sem hesitar foi: "Não há (namorados)." Quanto ao resto, não tinha certezas das razões por que não queria ter, não tinha explicações para muito do que fiz e para afastar os rapazinhos de mim.
Confesso que não consigo pensar nem falar muito acerca disto. Para mim o pensamento: "Não vale a pena, nunca ninguém gostará de mim" é suficiente para eu perceber que há portas que fecho e que não quero voltar a abrir. O amor fechou a porta e pronto. Ponto final sem parágrafo.
Mas saí dessa consulta muito aliviada, mesmo. Senti que já não tinha segredos com a Drª. Deixei-lhe a transcrição deste blog e algumas coisas que já tinha escrito antes. E foi um motivo de orgulho imenso um elogio por mail que ela me enviou.
Horas depois houve festa em família. Senti-me mal. Os enjoos não me largam. A sensação de que me avaliam constantemente também não me dá descanso. E o pior é que sinto sempre essa avaliação como algo mesmo muito mau.
Esta semana não actualizei o blog porque estive com o tempo muito ocupado, quase não estive em frente ao computador. Mas nem por isso consegui afastar algum pessimismo. E tive de me controlar imenso em algumas situações para não chorar e gritar comigo própria a plenos pulmões. Gritar comigo própria, entenda-se.
Mas em comparação com as semanas anteriores, esta foi um mar de rosas.
Tive pelo menos duas grandes amigas a injectarem-me auto-confiança e auto-estima. E foi muito eficaz.
Até que comentários posteriores deitaram tudo por terra.
Realmente acho que nunca vou conseguir mudar. E que nunca vou ser aceite pelos outros. E que o melhor é ficar aqui quietinha no meu canto sem levantar ondas para não me afogar de vez. Com esta frase entenda-se, ficar quieta sem ninguém dar por mim para que não me desiludam e eu caia de vez...

domingo, 10 de maio de 2009

É triste...

É muito triste saber que para algumas pessoas a amizade se resume a virar a cara quando passam por nós.
Foi o que me aconteceu ontem.
Se há coisa com a qual me sinto mesmo triste é sorrir para as pessoas e seguir na direcção dela para as cumprimentar e elas me virarem as costas.

Realmente, não percebo por quê tanta preocupação se quando me encontram viram a cara e fazem de conta que não me conhecem.
É triste, mas há pessoas assim.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Hoje deve ser dos dias que estou mais ansiosa.
Que estou triste e que me questiono se isto passará algum dia.

Este vazio não desaparece. Este medo também não.
Eu não quero ser assim. Como é que eu vim parar a isto?


Eu só queria fugir. Não sei para onde.

Eu queria fazer um transplante de memória. E de coração.
Eu queria mudar tudo o que sinto.
Não queria um corpo novo.
Não queria uma casa nova.
Não queria uma família nova.
Não queria amigos mais perfeitos. Nem tão-pouco mais quantidade.
Eu não era assim. Como vim aqui parar?
Eu tinha esperança. Eu acreditava nas coisas. Mesmo naquelas que mais ninguém acreditava.
Eu tinha esperança de que tudo correria bem. E mesmo que não corresse eu suportava tudo.
Continuava a ter esperança no que podia conseguir e no que queria realmente.
Eu queria voltar a ter essa capacidade.
Eu queria voltar a acreditar.
Eu queria voltar a ter esperança. Mesmo que fosse uma ilusão.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Hoje estou assim mais para lá do que para cá.
Quero muito estar bem. Mas há qualquer coisa que me deixa inquieta.
Não sei bem o que é...

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Há comentários que nunca se ultrapassam...

Ontem nem consegui escrever sobre isto.
Na formação falamos da importância do vestuário no contexto de trabalho. É que nem de propósito! No primeiro dia que levo um decote fala-se de decotes. E notei dois dos meus colegas a comentar. Nada que eu não esteja habituada, verdade seja dita.
Mas aqueles olhares de outros elementos do grupo fizeram-me sentir muito mal. Mesmo. Foi a pior situação por que já passei. A mais embaraçosa, sem dúvida. Não pelo decote em si, mas porque me fez reviver um dos meus maiores complexos: o tamanho do meu peito.
Um dia disseram-me: "Se eu tivesse um peito como o teu, matava-me." A minha melhor amiga disse-me isto. E não foi a brincar. Tinha eu 16 anos e nunca mais me esqueci. Procurei clínicas para fazer uma mamoplastia de redução mas não foi possível. Eu era menor e precisava da autorização da minha mãe. Inventei que me doía sempre as costas e o médico chegou a considerar se o peso do peito não era a causa. A verdade é que, felizmente, não fiz a cirurgia.
Mas foi muito difícil aguentar tudo naquela altura. Até que comecei a compreender a diferença entre maldade e sinceridade.
Seja como for, as marcas ficaram. Não físicas mas aquele comentário marcou-me muito. E ontem revivi a vergonha que já cheguei a sentir de mim. Inconscientemente comecei a encolher-me e só pensei para mim própria: "Por favor, parem de olhar." Só queria que a formação acabasse. Não pedia mais nada. Pensei sair da sala mas não o fiz. Não tenho de ter vergonha, mas às vezes é difícil ter um raciocínio coerente. E quando vem o célebre comentário: "Mamas grandes é sinónimo de ter todos os gajos que quer porque é uma oferecida."
Nem será preciso dizer que nem abri a boca, não participei na discussão. Mas fico triste porque isso não é verdade. Não é mesmo verdade. Não é um decote e um peito maior que fazem milagres. Muito pelo contrário (no meu caso).
Por isso é que eu digo, cuidado com as generalizações...

terça-feira, 5 de maio de 2009

*

Hoje acordei cheia de energia!
Mas ainda não estou a pé há mais de cinco horas e já me está a custar...
Não interessa. Como me disseram ontem: "Estou cansada" vai ser substituído por "Sou capaz de aguentar."
Um beijinho especial à minha Vânia pelas palavras.Sei que tu, melhor do que ninguém compreendes o que aqui é dito e o que é mais importante e fica por dizer... Tu conheces este sufoco, este cansaço, este desânimo e este pôr em causa o que somos permanentemente. Tal como tu, um dia hei-de dar a volta. :-)
Porque apenas quem passa por elas é que sabe...

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Está a custar tanto!
Mas lembro-me de me dizerem: "Please keep Fighting!" o som de "A wish" dos Dr1ve.
Mas hoje só me apetece desistir de vez.
Acho que estou mesmo no limite.

domingo, 3 de maio de 2009

Sem forças...
Sem esperança...
Sem...
Perdida, completamente perdida sem saber para onde me virar. Aliás, desta vez eu nem tenho oportunidade de escolher para onde ir.
O desânimo pesa toneladas. E o viver sem esperança é uma dura prova. Muito dura.
Sinceramente, eu já não aguento muito mais...

sábado, 2 de maio de 2009

Ironia do Destino


Pensamento do Dia: "Vou ter com A. Acho que não vou porque se ela não me abrir a porta vou pensar que ela não me quer ver."

Vou ao café e encontro-a. Reacção dela quando me viu: "Oh morzinho, que saudades de te ver!"

Engoli em seco e senti uma injustiça enorme da minha parte pelo que pensei minutos antes.
Os pensamentos. Sempre os pensamentos.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Sem Esperança

Dói o peito.
E a cabeça.
E custa sorrir.
E custa acreditar.
Perdi a esperança em tudo na vida. A partir daqui será tudo uma surpresa.

A chave são os Pensamentos

Quando me disseram que eu tinha de começar a controlar os meus pensamentos, eu não questionei. Mas também não acreditei logo.
A verdade é que depois de reflectir e reparar em mim durante uns dias, a conclusão é inevitável. Eu tenho um problema grave com os meus pensamentos. E isso reflecte-se nos meus comportamentos, obviamente.
Passo a explicar.
No outro dia, a caminho da festa de aniversário, pensei que me ia sentir mal, ia ficar enjoada, ia sentir o mau-estar habitual antes de vomitar e não ia saber controlar isso. Por acaso até consegui porque repeti vezes sem conta para mim própria que era uma situação normal. Ainda assim, já tenho um pensamento formatado para o pessimismo, daí que a única solução seja mesmo distrair-me para não pensar. A verdade é que me senti mal, mesmo.
Outra situação: não gosto do meu corpo, não me sinto à-vontade comigo mesma e por isso, quando entro nalgum sítio não posso ir à frente porque as pessoas olham sempre para a primeira pessoa que entra. É por esta e por outras (por exemplo, por ter medo de não ver degraus e cair... LOL) que eu não sou a primeira a entrar em sítio nenhum. E muito menos sozinha.
Mais, ligo o PC e vejo uma pasta que diz: TESE. Fico logo com o coração a bater a mil. Qual é o meu pensamento: "Não consigo escrever!" E pronto, há dias que realmente não sai nadinha de nada. Por quê? Porque penso que não sou capaz. E a minha mente comanda-me.
Ontem aconteceu uma situação que, um dia, até me vou rir disto. Uma amiga minha não pode sair comigo. O que pensei eu? "Já nem esta me aguenta. De certeza que foi ter com X para saírem e não quis sair comigo." E eu não tenho motivo absolutamente nenhum para pensar isso dela. Mas a verdade é que pensei. Até as minhas qualidades de amiga estão postas em causa.
Continuando, de cada vez que um rapaz começa a interessar-se por mim e o demonstra eu penso: "Não está realmente interessado porque eu não sou nada de jeito, não quer estar comigo de certeza. Vai testar-me e quando eu disser que quero estar com ele, ele manda-me às urtigas."
Pelo contrário, quando sou eu a interessar-me por alguém, nem sequer tento nada. Pura e simplesmente porque penso: "Ele nunca vai olhar para mim e nunca me vai levar a sério." Até posso vir a gostar dele, mas o medo de sofrer fala mais alto e afasto-me. Ou remeto-me à minha insignificância. Se por um azar do destino sei que ele se apercebe do que sinto, afasto-me. Não há margem para dúvidas, o meu pensamento diz-me logo: "é bom demais para ti. Nunca olhará para ti da maneira que queres." ou "Esquece e fica sozinha que isso é que é ser feliz".
Na verdade, não se trata de me sentir mal sozinha; até me sinto muito bem assim. Não é isso que questiono.
Quanto aos meus amigos, há vezes em que me sinto bem com eles, brincamos, as perguntas sobre o desemprego não me custam. Outras vezes, custa tanto estar com eles porque penso: " Eles estão a julgar-me, pensam que eu estou aqui para os chatear." "Não gostam de mim. Eu sou uma estúpida que não os consigo ajudar quando eles precisam." "Não sou tão bonita que eles gostem de me apresentar a outros amigos deles. " Enfim...
Com os meus pais nem preciso pensar muito. Eles dizem tudo sozinhos. Palavras como: "Não sabes nada, não vais ser ninguém na vida, quando nós morrermos vais passar fome" são frases que oiço sempre que estou mais de uma semana em casa. E é por isso que sempre trabalhei desde os meus 17 / 18 anos. Não foram grandes empregos, mas dava para as minhas coisas sem ter de lhes pedir muito. E mesmo assim, eles continuam a dizer-me isto. Custa muito. E e claro que eu assimilo isto de uma forma incalculável. E aliás, eles não têm razões para dizer isto. Sempre fiz o meu trabalho muito bem, chegava a casa com notas altíssimas. Mas o que importava? Na hora até ficavam felizes, mas depois vinha o mesmo discurso.
Sei que muitas destas coisas parecem mentira, mas é a realidade pura e dura. Como consigo viver assim? Não consigo. Quando sinto isto sobrevivo.
Quando me elogiam e não tenho tempo para arranjar um pensamento ou inventar um argumento válido, eu até vou sorrindo. E não sei bem onde me meter porque não estou muito habituada a "sentir" e acreditar nos elogios por muito tempo. Ouvi-los é frequente. Não estou a a ser convencida, isto é mesmo verdade. O problema é quando eu faço um processo de desconstrução e chego à conclusão: "mentiu", "só o disse para se meter comigo, mas quando me conhecer deixa de falar para mim." isto são os pensamentos que me impedem de viver.
Enquanto eu não aprender a contrariá-los ou a ignorá-los, tenho muitas horas para penar.