sábado, 30 de maio de 2009

Momentos

Hoje já não fiquei tão nervosa como nas consultas anteriores. Quanto mais o tempo passa, já não parece tão estranho. Aliás, acho que posso mesmo dizer que já não é estranho.
A Drª hoje ensinou-me alguns truques para "enganar" o cérebro, ou seja, para despistar a ansiedade. Não os posso esquecer e quando ela aparecer vou usá-los. Sei que só por si não resolvem nada, que tenho de trabalhar muito os pensamentos. Mas acho que este foi mais um passo. E os outros vêm a seguir.
À pergunta que eu mais temia, e para a qual não encontrei respostas, a Drª explicou-me que as razões para viver não se prendem unicamente com objectivos gerais. Muito pelo contrário, são pequenas coisas que nos dão muito prazer. Que nos fazem sentir bem. São momentos, são pequenos passos que podemos dar agora rumo a um objectivo maior. Ou são apenas coisas simples que nos proporcionam bem-estar. Como o sorriso dos meus sobrinhos. As minhas caminhadas com o MP4. Os meus momentos de dança na discoteca ou no ginásio. As gargalhadas com as minhas amigas e colegas de casa. O simples gesto de ficar a contemplar as estrelas. As apresentações orais (chamem-me maluca se quiserem, mas eu gosto...). São alguns dos ingredientes da minha felicidade. Que tal como a de todos nós, é feita de pequenas coisas. De momentos.
São como peças de um puzzle que diariamente tentamos construir. Algumas vezes enganamo-nos na peça ou simplesmente na sua posição. Mas vamos sempre tentando construi-lo da melhor forma possível. Só assim, estaremos a construir a nossa felicidade.
Porque ela não se alcança; ela é constituída por momentos. E no final da nossa vida, verificaremos que fomos tão mais felizes quantos mais momentos desses vivermos.

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