Todos os dias me levanto e deito com o mesmo pensamento: "Mais um dia..." Não é bom nem mau, é apenas mais um dia.
Hoje recebi uma notícia que poderia significar uma luzinha no fundo do túnel a nível profissional.
Tento não dar importância como dei das outras vezes porque não se traduziram em nada.
Passando à frente, tenho de reunir todas as forças que não tenho. Uma amiga minha revelou-me que tem um tumor na cabeça e que está a evoluir. Se vos disser que gelei, minto. Acho que fiquei sem sangue. Senti um nó tão forte na minha garganta que nem consigo descrever. Apenas lhe disse: "Há cura, vamos ter fé"
Ao que ela me respondeu: "Fé, sim. Cura, não. Os médico já disseram para eu ir para a queima, para me divertir porque o tempo que me resta é pouco."
E o que se diz a alguém que amamos e que nos diz isto? Como se digere esta informação onde não há réstia de esperança? Como, alguém me diz como?!
Logo ela que é a pessoa mais alegre, mais humana, com o coração mais puro que conheço. Logo ela que tem vindo a sofrer constantemente com estas doenças que nos roubam aqueles que mais amamos.
Escrevo aqui, ela desconhece este espaço e não faz ideia do que aqui descrevo. Também não vai saber até ao final dos seus dias. Tenho de ser forte mais do que nunca. Mas não sei como.
O meu coração bate tão descontrolado e a minha revolta fala tão alto. Tento acreditar, ou pelo menos aceitar, que a vida é assim mas não está fácil.
Alguém me pode explicar como ajudo uma pessoa que sabe que a qualquer momento deixará de estar entre nós? Alguém me pode explicar de que forma vou conseguir abraçá-la sem que ela perceba do medo de não voltar a vê-la com vida?
Não a quero perder... Quero acreditar que não a vou perder. Preciso de acreditar que não vou mesmo perdê-la.
Será pedir muito à vida uns momentos de tréguas? que se esqueça também de me trazer coisas más já que, há meses, que se esqueceu de me trazer coisas boas? Será?
Hoje recebi uma notícia que poderia significar uma luzinha no fundo do túnel a nível profissional.
Tento não dar importância como dei das outras vezes porque não se traduziram em nada.
Passando à frente, tenho de reunir todas as forças que não tenho. Uma amiga minha revelou-me que tem um tumor na cabeça e que está a evoluir. Se vos disser que gelei, minto. Acho que fiquei sem sangue. Senti um nó tão forte na minha garganta que nem consigo descrever. Apenas lhe disse: "Há cura, vamos ter fé"
Ao que ela me respondeu: "Fé, sim. Cura, não. Os médico já disseram para eu ir para a queima, para me divertir porque o tempo que me resta é pouco."
E o que se diz a alguém que amamos e que nos diz isto? Como se digere esta informação onde não há réstia de esperança? Como, alguém me diz como?!
Logo ela que é a pessoa mais alegre, mais humana, com o coração mais puro que conheço. Logo ela que tem vindo a sofrer constantemente com estas doenças que nos roubam aqueles que mais amamos.
Escrevo aqui, ela desconhece este espaço e não faz ideia do que aqui descrevo. Também não vai saber até ao final dos seus dias. Tenho de ser forte mais do que nunca. Mas não sei como.
O meu coração bate tão descontrolado e a minha revolta fala tão alto. Tento acreditar, ou pelo menos aceitar, que a vida é assim mas não está fácil.
Alguém me pode explicar como ajudo uma pessoa que sabe que a qualquer momento deixará de estar entre nós? Alguém me pode explicar de que forma vou conseguir abraçá-la sem que ela perceba do medo de não voltar a vê-la com vida?
Não a quero perder... Quero acreditar que não a vou perder. Preciso de acreditar que não vou mesmo perdê-la.
Será pedir muito à vida uns momentos de tréguas? que se esqueça também de me trazer coisas más já que, há meses, que se esqueceu de me trazer coisas boas? Será?
2 comentários:
Eu poderia dizer-te tanta coisa e provavelmente não ficarias satisfeita. Bem eu perdi uma pessoa, entre muitas, que sabia que podia morrer a qualquer momento. Foram dias tão dolorosos que nem sei como aguentei. Sabes quando te dizem que a dor é tanta que pedem a Deus para que os leve ou cure... Eu era tão jovem mas também tão madura...Fiz uma coisa que podia dei o meu amor e apoio. Quando telefonei-lhe uma vez que não pode ir ao hospital essa pessoa chorou aterrorizada dizendo que eram tantas as dores, eu engoli as lágrimas e sorri e disse que sabia o que estava a passar e então disse-lhe que gostava muito dessa pessoa. Mandei-lhe um poema e tentei encher a vida dela com algum colorido naqueles momentos. No dia anterior à sua morte eu fui ver essa pessoa e as forças dela já eram tão poucas que nem percebia o que me tentava dizer, então eu peguei na mão dessa pessoa e disse que a amava muito e enchi-lhe de beijos e festinhas. Guardo até hoje o seu sorriso. Não estava nas minhas mãos a sua vida, mas a qualidade dos últimos dias dela sim. Fiz o que pude e acima de tudo amei.
Quando soube da notícia nem queria acreditar, nem uma lágrima deitei...já tinha chorado tanto antes. No dia em que a revi morta fiz o mesmo que tinha feito no dia anterior e dei-lhe beijos. Eu acredito que não me despedidi sempre dela...apenas nos separamos temporariamente.
Tudo isto para te dizer que tu não tens de dizer nada, nem fazer caso não esteja ao teu alcance, faz o que achas que deves fazer. Dá-lhe o teu melhor. A morte não é o fim, é o ciclo normal da vida que custa mas passa. Quando a saudade aperta eu tenho o meu momento para essa pessoa e sei que ela deve estar comigo. O amor faz milagres!
Tu vais ver a força que a tua amiga tem dentro dela, uma força que nem ela própria sabe que tem... Porque nunca nos é dado um fardo maior do que o que podemos aguentar.
Beijinhos com carinho de uma amiga que não se esqueceu de ti nunca.
Obrigada pelas palavras.
E por todo o apoio.
Apesar de tudo isto, ela está a reagir tão bem que até parece mentira. E como eu já se o que é sorrir sempre para esconder o que se sente de mal, até tenho medo quando asforças lhe faltarem e ela cair no abismo. Espero que isso não aconteça.
E eu acredito. Tenho de acreditar que ela vai recuperar. Eu tenho mesmo de acreditar nisso. Por ela e por mim.
Obrigada ...
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