domingo, 26 de abril de 2009

Chamam-lhe Ansiedade...

Ontem ponderei não sair. Mais um daqueles dias em que não se escreve uma linha para a tese e que me senti incapaz de redigir o que quer que fosse.
Foi com um nó no estômago que fui tomar banho e tentar pensar que ia estar com pessoas de quem gosto e que me faria bem sair.
Eu sabia que ia estar rodeada de muitas pessoas que não conhecia. E na hora de conduzir senti aquilo que tenho tanto medo. Estava mesmo muito estranha, mas reconheci desde logo esses sinais da ansiedade que ultimamente tem tomado conta de mim.
Mesmo quando estava na festa de aniversário, o meu coração batia muito forte e eu fartei-me de procurar portas e janelas e tentei fugir dos olhares de todos. Não me sentia pouco à vontade ali, de modo algum. Todas as pessoas foram impecáveis e muito simpáticas comigo.
Tentei distrair-me e tudo passou. Nem sempre acontece com esta facilidade.
Quando decidimos ir a um bar e senti os olhos todos postos em nós, o tecto ali tão perto das nossas cabeças e, como se não bastasse, parecia ruir a qualquer instante. Aqui tive mesmo de sair dali quase a correr. Disseram-me que fiquei muito pálida. Mas eu só me lembro de começar a tremer, as mãos a suar e o ritmo cardíaco aumentar em flecha. Senti um nó na garganta que me fazia engolir saliva constantemente. Não me perguntem as cores do bar, não me lembro. Não registei na minha memória mais do que "é esquisito!"
Já na rua, a minha amiga falou comigo e disse que também estava a sentir algo parecido e que o espaço era propício a isso. Não sei se fico contente porque tinha fundamento para ficar assim ou se, por outro lado, fico triste por ela estar a desenvolver qualquer fobia como eu.
Seja como for, passou. E quando entrei na discoteca, admito que ainda olhei para o tecto e andar de piso em piso me fazia muita confusão. Não pelas pessoas, não pelo espaço mas também não sei identificar a razão.
O certo é que, à parte da minha amiga à saída do bar, mais ninguém notou que eu me testei a mim própria. E até me diverti bastante. Dancei até às quinhentas.
Mas a noite não acabou muito bem. Acho que, mesmo sem intenção, acabei por magoar alguém. Não me culpo, acho que a decisão foi a mais correcta mas confesso que são coisas com as quais não sei lidar... Coisas que é mais o tempo quem vai ajudar do que propriamente eu.
Da noite de ontem fica a certeza de que pelo menos a primeira batalha está ganha. A Drª vai ficar contente comigo, acho eu. Apesar de ter saído do bar, consegui enfrentar os outros dois espaços sem ninguém perceber o que realmente se passava. Resta saber se faço bem ocultar a todos os meus amigos estas coisas... Mas não os quero preocupar. E, por isso, continuo a sorrir, a dançar e a tentar ser a pessoa que eles sempre conheceram.
E talvez não seja importante eles saberem. Espero que, um dia, tudo isto passe...

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